terça-feira, 1 de julho de 2008

Uma mesa redonda fora do tempo e do espaço:

Pede-se a Lewis Mumford que aceda a abrir o debate:

Munford: Poderemos perguntarmo-nos porque nos tornamos semelhantes a deuses no que diz respeito a tecnologia e semelhantes a demônios enquanto seres morais, super-homens no Campo da ciência e idiotas em matéria estética? [murmúrios]

Mao Tse-Tung: Permitir que cem flores desabrochem e cem escolas rivalizem eis uma política para promover o desenvolvimento das artes e o progresso das ciências e que constitui um estimulo para o florescimento da cultura. [...]

Konrad Fiedler: Toda a forma de arte se justifica apenas na medida em que e necessária para a representação de qualquer coisa que não seja representável de nenhuma outra forma. [...]
Spencer: A origem da Arte deve ser procurada no jogo.

Mondrian: [com firmeza] A Arte e um jogo e os jogos tem as suas regras.

O moderador pede que se baseiem, tanto quanto possível, em definições menos subjetivas.

Ruskin: Nos esperamos da arte que ela fixe tudo aquilo que e fugaz [os operadores de cinética murmuram entre si], que ilumine aquilo que e incompreensível, que de corpo aquilo que não se pode medir, que imortalize as coisas que não permanecem [olhares de entendimento entre os artistas conceptuais e os da arte pobre]. Tudo o que e infinito e maravilhoso, aquilo que o Homem pode constatar sem compreender, amar sem saber definir, e este o verdadeiro objeto da... [e interrompido por rumores vários]

Freud: A Arte e uma grande consoladora e aplacadora [...].

Kurt Schwitters [rasgando em bocadinhos a carteira de fósforos]: E uma função espiritual do Homem que tem por objetivo libertá-lo do caos da vida.

Pergunta-se se e possível definir a beleza.

Scheling: A beleza e percepção do infinito no finito. [...]

Herbart: Não há nem pode haver beleza que exista por si própria. Nada mais existe alem da nossa opinião que nasce das nossas impressões pessoais.

Leon battista Alberti: A beleza e a harmonia entre todos os membros de um complexo de que fazem parte. [...]

Kant: A beleza considerada subjetivamente e aquilo que agrada de um modo geral e necessário, sem conceito algum e sem utilidade pratica.

O moderador pede que se tirem conclusões.

Arnold Hauser: [...] A obra de arte e forma e conteúdo, confissão e engano, jogo e mensagem, funcional e inútil, pessoal e impessoal.

Abraham A. Moles: A criação artística e a introdução no nosso ambiente de formas que antes não existiam.

Georg Nees: A arte não e ação da natureza, mas do espírito. Isto significa que a arte pode ter o maior interesse apenas do ponto de vista da inteligência. Ela exige, como qualquer objeto do mundo e da consciência, uma certa parte da teoria.

Sigfried Giedion [levantando-se para sair]: Atualmente, será a arte ainda necessária?

Lewis Mumford [encaminhando-se para a saída]: Quando deixa de criar, o Homem deixa de viver.

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