segunda-feira, 28 de abril de 2008

Começando

No Fórum Social do MERCOSUL, entre tantas pautas, uma das que mais me chamou atenção, até por ser parte de mim, foi a mesa especial de cultura, digo parte de mim por que sou daquelas pessoas que respiram cultura, mas não vivem dela, por ainda não ter meios disto.
Abastecidos pelo Plano Nacional de Cultura, alguns contra outros a favor, movimentos vindos de todas as partes da Arte lutam diariamente pelos seus direitos.
Para quem cresceu com a máxima: “Faca o que gosta, você é livre para decidir”, é triste não ter seu trabalho reconhecido, e não só como trabalho, mas também como meio de ganhar a vida, literalmente. Claro que é um direito do próprio artista escolher como quer viver, porém a desigualdade é grande, existe um abismo entre o mercado capital e o mercado artístico. De modo algum o desejo é tornar algo tão bonito em um simplório mercadão, pois um artista não vende um produto, mas sim um objeto de lazer e prazer.
Cultura é comunicação entre pessoas que descobrem afinidades, cultura é arte, é prazer e diversão, é paixão e educação. Cultura pode transformar e formar uma sociedade mais solida, começando com a educação cultural nas escolas. é fato que indivíduos com incentivo cultural já no seio familiar tem um nível de intelectualidade avançado, além de terem concentração, escrita e oratória acima da média.
O que falta na cultura hoje é a informação e o acesso, também uma conscientização da população de que cultura é bem mais do que útil, e nem a utilidade muitos encontram. Falta discernimento claro para o povo. Falta um acesso gratuito ou facilitado, tanto para a participação quanto para a assistência.
Quantos artistas existem no nosso continental e amado pais? Quantos são extremamente talentosos e não comerciais? Quantos foram sufocados pelo grande mercado capitalista? E quantos mais, apenas, nunca souberam que tinham talento escorrendo em suas veias por falta de oportunidade?
Primeiramente, é necessário o incentivo dentro de sua própria casa, o incentivo a leitura, teatros, shows e ao estudo. Só para citar alguns. Depois começaria uma educação voltada à arte dentro das escolas. Na Europa da mais do que certo, há conservatórios e liceu voltados diretamente a essa área. Aqui estamos falando só de aulas básicas sobre arte, em que o aluno depois, gostando, procuraria se aperfeiçoar. No Brasil em pleno crescimento, pode dar mais do que certo, pode ser um meio de transformação da nossa sociedade e de nosso pais, educação e a base necessária a qualquer crescimento. Fundos existem. Completaríamos dois ciclos, daríamos empregos a tantos formados das imensas vertentes da arte e eles poderiam passar seus conhecimentos aos jovens ainda em fase de aprendizado. É importante também ressaltar a abertura de olhos para as tradições regionais, a cultura regional é muito rica e de fácil entendimento. E ai entra a falta de informação, precisamos da criação de mais meios que disseminem informações culturais. O próprio monopólio televisivo seria (na verdade ele é obrigado, mas na pratica não é o que acontece), obrigado a atender requisitos de caráter educativo e cultural, incentivando a regionalização e a produção independente.
Tratamos com uma sociedade extremamente alienada pelos meios de comunicação, pessoas que não se preocupam com suas opiniões e idéias, pessoas que até gostariam de ter um meio de ouvir sua voz mais alta, mas não sabem por onde começar.
Para a disseminação da cultura também é necessária a união das partes interessadas, uma unificação da arte em todas suas vertentes e maiores fóruns e conferencias sobre o assunto. Primeiramente cuidando de dentro de nossa casa e depois unificando a cultura latina como um todo.
O Governo tem que deixar de ver ativistas culturais como crianças ingênuas, e levar esse assunto com maior seriedade, já que se trata de um assunto que é ponte entre Estados. E nós próprios deixarmos de ver o todo como diferencias, e sim com igualdade, pois se trata de um povo com um só fim, o bem coletivo. Trata-se de um fator de inclusão social, com trabalhos voluntários, com meios gratuitos e acesso a museus e teatros.
A cultura tem que ser criada a partir de seu povo, deixando de lado estereótipos e formas impostas, a cultura é uma busca de felicidade para tantos, tem que ser mais bem ouvida, a busca de conhecimento é necessária, para a menor suscetibilidade de dominação.


Vou voltar a esse assunto mais pra frente, mostrando mais pontos a favor da educação cultural e inclusão da sociedade de todas as classes, e me aprofundando nas políticas publicas e na política cultural.

Saudações a todos e ótima semana!

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